Talvez ninguém leia este texto. Talvez ele viralize em alguma rede social. Ou talvez alguém acesse organicamente porque, sei lá, lembrou de um blog que visitava há alguns anos.
É complicado falar de algo quando a nostalgia é tão intensa, sabe? A blogosfera foi um momento fundamental para a internet que vivemos hoje. Foi por meio de centenas de blogs (como este) que nós conhecemos os primeiros influenciadores – quando nem chamavam assim. São milhares de páginas publicadas com sentimentos, dicas, informações importantes e conteúdo produzido por pessoas comuns.
Pessoas que tiveram o futuro inteirinho transformado porque, em algum momento da vida, resolveram criar um www.
E é engraçado pensar que tudo isso aqui começou com gente tímida, sem coragem de expor pro mundo o que sabia fazer. Anos depois, ser influenciador virou um negócio que já começa como plano de carreira e tudo.
A verdade é que a internet se tornou um espaço que ninguém entende direito. O que antes era feito apenas em uma guia de computador, hoje se tornou dezenas de aplicativos no celular. De rede em rede social, saímos do blog único, sozinho, para produzir conteúdo em formatos, locais e algoritmos diferentes.
Cada rede social é uma junção de termos exclusivos, com suas próprias regras de funcionamento. Quer postar foto? É no lugar tal. Vídeo curto funciona melhor no X. Mas se tem um minuto ou menos, então passa pro Y. Não é legal postar muito no aplicativo A, ao contrário do B que precisa de quantidade pra entregar bem.
Nós, criadores da era 2010, funcionávamos em um processo individual, onde cada um criava sua própria regra para produzir. Era incrível ter seu próprio cantinho, com a foto do jeito que você gosta e editada da forma que acha melhor. Se era texto, vídeo ou imagem, a decisão era só nossa. Não tinha nada acima. Apenas o que queríamos fazer.
Ninguém sabe onde as redes sociais vão nos levar. Se teremos um espaço pra publicar foto, um texto longo ou um vídeo de bate-papo. Se a nova geração vai mudar o consumo da informação. Se nós, galera das antigas, vamos nos adaptar.
A verdade é: não sei. E também não faço ideia se alguém tem a resposta. Mas uma coisa é certa: os blogs sempre estarão aqui de braços abertos, com a liberdade que nenhuma rede social jamais ofereceu. Uns dizem que é passado. Eu prefiro acreditar que é uma ótima solução pro futuro.
Talvez a resposta para o “problema” das redes sociais seja muito óbvia. Ou muito saudosista. Ou complicada demais porque não somos os mesmos.
Mas eu imagino uma realidade paralela, onde acessamos o feed do Bloglovin’ como uma rede social de… Blogs. Nem precisaria acessar um por um, sabe? Era só ler o que amamos, sem limites. Só não sei se o hábito de consumir o que é curto e rápido já avançou a ponto de não ter como recuperar mais.
Este texto não contém respostas. Mas eu gostaria de abrir um diálogo, como nos velhos tempos. Você ainda lembra como é a sensação de comentar em um blog? Conta aqui embaixo a sua opinião!
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